Com a implantação, nos últimos cinco anos, houve três mortes, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Quem subiu, nesta sexta-feira (6), a rua principal que dá acesso ao Calabar e Alto das Pombas, em Salvador, não pôde deixar de reparar em uma grande festa de aniversário tradicional, com bolo e parabéns, em frente à Base Comunitária de Segurança. O diferencial é o motivo das comemorações, que vai além da data de implantação do equipamento e celebra, também, os resultados do trabalho desenvolvido em conjunto entre a Polícia Militar (PM) e a comunidade, onde vivem 11
mil baianos. Entre 2010 e maio de 2011, quando a base foi implantada, foram registrados oito homicídios na região. Com a implantação, nos últimos cinco anos, houve três mortes, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Para o comandante da Base Comunitária do Calabar e Alto das Pombas, capitão Alã Carlos, o principal objetivo alcançado pelo equipamento foi a redução do índice de homicídios, que era muito elevado. “A presença dos moradores nessa comemoração é a consolidação da base, é o espírito do Pacto pela Vida, a polícia e comunidade nesta corrente do bem. Essa presença e a redução dos homicídios só foram possíveis com a aproximação do trabalho comunitário. Nós tivemos mais de 1,5 mil pessoas atendidas pelos projetos sociais”.
Aos 15 anos, Tauane Bonfim toca saxofone soprano, instrumento que conheceu por meio do curso oferecido pela base. “A música, para mim, foi uma grande oportunidade. Além de ajudar a me comunicar, fez com que abrisse minha mente. Quando estou feliz ou triste, eu escuto música. A base comunitária ajudou muito, trouxe estes projetos para cá, atraindo jovens que viviam na rua, em vez de dizer não, deixa lá, sem fazer nada. Hoje nós nos sentimos acolhidos, abraçados”.
Dezessete bases na Bahia
A Base Comunitária Calabar e Alto das Pombas foi a primeira a ser implantada na Bahia. Hoje são 12 em Salvador e mais cinco no interior e região metropolitana. O comandante-geral da PM, coronel Anselmo Brandão, avalia que o equipamento é uma referência para os moradores de que a polícia não é apenas a repressão ao crime, mas também a prevenção. “É uma polícia mais humana. Por meio de ações transversais, a PM interage com a comunidade, busca parcerias e envolve a população. Isso tudo proporciona uma redução da criminalidade, principalmente dos jovens que estão na área de risco mas buscam outros caminhos, mais saudáveis, mais integrados”.
Professora e líder comunitária, Justina Santana disse que quando a base foi implantada, em 2011, era uma relação desconfiada entre a comunidade e a PM. “Hoje estamos vivendo um momento bom, a PM está oferecendo, além de segurança, também serviços que caíram na graça dos moradores. O que foi aproximando a polícia e a comunidade foi justamente este serviço, a atuação dos policiais. Eles vão nos conquistando e nós também os vamos conquistando. Eu faço parte da comunidade e estou comemorando, mesmo com todas as dificuldades com que a gente vive”.
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