Além de procurar alguns ministros informalmente, Cármen Lúcia foi ao gabinete de Teori conversar com servidores e os juízes auxiliares do ministro sobre o andamento do processo de homologação das delações de executivos da empreiteira Odebrecht.
Terminado o período de luto oficial pela morte do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, a presidente da Corte, Cármen
Lúcia, começou ontem (23) a fazer consultas informais aos colegas
ministros sobre o futuro da Operação Lava Jato no STF. Em conversas
reservadas, a ministra busca uma solução consensual para encontrar um
substituto para relatar os processos da operação, que estavam sob a
responsabilidade de Teori, morto na semana passada em um acidente de
avião em Paraty (RJ). Segundo a Agência Brasil, além de procurar alguns
ministros
informalmente, Cármen Lúcia foi ao gabinete de Teori conversar
com servidores e os juízes auxiliares do ministro sobre o andamento do
processo de homologação das delações de executivos da empreiteira
Odebrecht. Segundo os auxiliares, a análise dos depoimentos está
avançada. Teori estava prestes a homologar os depoimentos. A decisão
estava prevista para fevereiro.
Com a morte do ministro, o trabalho dos juízes auxiliares e dos
funcionários com os documentos da Odebrecht foi suspenso, já que eles
executavam as tarefas com autorização delegada por Teori. Após o trágico
acidente, a delegação para executar os trabalhos cessou, o que impede a
continuidade da análise. Em função do período de recesso na Corte, que
termina na semana que vem, Cármen Lúcia poderá conceder uma autorização
temporária para que os servidores voltem a atuar nos processos da Lava
Jato. No entanto, não há previsão sobre quando a medida será tomada.
Além de resolver a questão emergencial sobre a retomada do andamento da
Lava Jato, a presidente do STF precisa decidir sobre a redistribuição
das ações a outro integrante da Corte. No entanto, ainda há dúvidas se a
distribuição será feita entre todos os integrantes do STF ou somente
entre os ministros da Segunda Turma, colegiado do qual Teori fazia
parte. O regimento interno do Supremo autoriza as duas possibilidades.
Em conversa reservada, Cármen Lúcia recebeu o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, para uma audiência no fim da tarde. Janot é o
chefe das investigações da força-tarefa de procuradores que atua na Lava
Jato. Oficialmente, o encontro foi justificado para “prestar
condolências oficiais”.
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