Terá direito a duas horas de banho de sol por dia e a receber quatro visitantes às sextas-feiras.
Preso na tarde de segunda-feira (3) na Bahia e levado para a
Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília no início da
madrugada desta terça (4), o ex-ministro Geddel Vieira Lima foi
transferido no começo da tarde para o Complexo Penitenciário da Papuda,
no Distrito Federal. Segundo a assessoria da Subsecretaria do Sistema
Penitenciário do Distrito Federal, Geddel dividirá a cela com outros
nove presos na ala do Centro de Detenção Provisória destinada a detentos
com nível superior. Terá direito a duas horas de banho de sol por dia e
a receber quatro visitantes às sextas-feiras. Alvo das mesmas
investigações que levaram Geddel à prisão, o doleiro Lúcio Bolonha
Funaro também está preso na Papuda, mas em outro bloco. A prisão do
político baiano, que ocupou o cargo de ministro nos governos Lula e
Temer, além de uma diretoria da Caixa Econômica Federal durante o
primeiro governo Dilma, foi pedida pela Polí
cia Federal e por
integrantes da Força-Tarefa da Operação Greenfield. A ação foi
originalmente deflagrada em setembro de 2016 para apurar crimes de
gestão temerária e fraudulenta cometidos contra alguns dos maiores
fundos de pensão do país, entre eles Funcef, Petros, Previ e Postalis.
Posteriormente, a Operação Sepsis, desdobramento da Lava Jato para
investigar suposto esquema de pagamento de propina para liberação de
recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) , administrado pela
Caixa Econômica Federal, foi vinculada à Operação Greenfield. Já em
janeiro de 2017, a PF deflagrou uma outra operação, a Cui Bono, que
investiga um suposto esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa
entre março de 2011 e dezembro de 2013, período em que Geddel ocupou a
vice-presidência de Pessoa Jurídica do banco. Na ocasião, policiais
federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do político,
apreendendo diversos documentos. Ao pedir a prisão de Geddel, cumprida
ontem, o Ministério Público Federal (MPF) acusou-o de tentar obstruir a
investigação das supostas irregularidades na liberação de recursos da
Caixa. De acordo com o MPF, a acusação foi fundamentada em informações
fornecidas em depoimentos de Lúcio Funaro, do empresário Joesley Batista
e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva,
sendo os dois últimos em acordo de colaboração premiada. No pedido de
prisão acolhido pela Justiça, os procuradores sustentaram que o
ex-ministro estaria tentando evitar que o ex-presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, e Lúcio Funaro firmassem acordo de colaboração
com o MPF. Ainda segundo os procuradores, Geddel estaria atuando para
garantir vantagens indevidas aos dois e “monitorando” o comportamento do
doleiro de forma a constrangê-lo a não fechar o acordo. Os procuradores
reproduziram mensagens que Geddel enviou à mulher de Funaro entre os
meses de maio e junho. As mensagens, segundo o MPF, foram entregues às
autoridades pelo próprio Funaro. Leia mais na Agência Brasil.
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