Um itaberabense que se considera feirense há mais de 60 anos, independente de condecoração. A Feira de Santana ele conhece e guarda com muito cuidado nas páginas dos seus arquivos, jornais e revistas.
Rachel Pinto
Um apaixonado por Feira de Santana e um colecionador de memórias. Esse é o perfil do jornalista Adilson Simas. Um itaberabense que se considera feirense há mais de 60 anos, independente de condecoração. A Feira de Santana ele conhece e guarda com muito cuidado nas páginas dos seus arquivos, jornais e revistas. Com um tom crítico e de humor, ele sabe de histórias de política, cultura, economia e de muitas personalidades. No aniversário de Feira, ele abriu seu baú e seu escritório para o Acorda Cidade e comentou como esta cidade cresce e se desenvolve com seus entrocamentos de pessoas, vidas e rodovias.
iversos veículos de comunicação na cidade. Um dos fundadores do extinto e histórico Jornal Feira Hoje atuou como radialista, assessor político, colunista em vários jornais e atualmente através de seu blog (http://porsimas.blogspot.com.br/) e redes sociais conta em versão digital as páginas antigas da história de Feira de Santana.
Com uma longa experiência e aguçado faro jornalístico, ele prefere não revelar quantos anos tem. “Já passei da idade de dizer a idade. Sou do dia 24 de agosto e do signo de virgem". É uma charada atrás da outra e cada fato contado por ele, se materializa em uma tela imaginária bem na sala da sua casa. Entre o computador, os jornais, arquivos antigos e as dezenas de livros de escritores feirenses que fazem parte da sua mesa e volta e meia são folheados.
‘Dois dias em um dia’
Tal feito de Adilson Simas acontece de forma que ele vive o dia presente, acompanha as notícias e fatos diários e ao mesmo tempo recorda o que ocorreu no mesmo dia de uma data qualquer. Assim o jornalista traz para realidade fatos antigos, notícias importantes e preserva a memória de Feira de Santana. Nas suas redes sociais, blog e em sua coluna no site da prefeitura ele disponibiliza tais informação e assim a história vai sendo arquivada de forma digitalizada e acessível a todos.
184 anos de Feira de Santana
No aniversário da cidade, Simas destaca que há muitos motivos para comemorar. O desenvolvimento, o progresso e as novas gerações. Ele observa que o crescimento acelerado da cidade consequentemente guarda o passado nos arquivos de jornais e faz a sua própria história. O encantamento pela cidade lhe acompanha desde que era menino. Quando ia para o mercado antigo e via o movimento da feira livre e toda aquela movimentação fotografa na memória para depois contar aos outros. Assim ele começou no jornalismo, contanto fatos que vivenciava com riqueza de detalhes e tornou-se uma grande referência de profissional da área.
Irônico, perpicaz, crítico e com um tom de humor ele tem a maestria de em um caldeirão de palavras, fazer grandes porções de textos e trazer para aqueles que pouco conhecem a cidade a sua história e a sua vida. Com dois livros lançados, um sobre as memórias de Feira de Santana e sobre épocas de ouro do Flumimense de Feira, Adilson é um jornalista e escritor insaciável por tudo que acontece e sua boa memória registra tudo sem deixar escapar nenhum detalhe.
“Cheguei à Feira criança e minha família veio por necessidade de sobrevivência. Aqui crescemos e formamos famílias. Sempre tive muita curiosidade e gostei de contar histórias. Quando em era menino e minha mãe me mandava ir para o velho mercado na Praça Bernadino Bahia comprar carne, eu parava e ficava olhando toda aquela movimentação. Via o fato de boi sendo vendido amarrado na corda, o propagandista vendendo o remédio de cobra e aquilo tudo eu gravava na memória e chegava em casa contando. Minha mãe perguntava ‘onde foi que você viu isso, menino?’ E então a minha relação com o jornalismo vem disso aí. Em 1968 eu iniciei no Jornal ‘A Situação’ e além de editor de esportes fazia também a coluna estudantil. Escrevia e contava histórias do passado na escola e depois veio o Feira Hoje e outros trabalhos. Assim eu me apeguei a Feira de Santana e ela passou a ser a menina dos meus cuidados do dia a dia. Eu gosto de Feira de Santana em todos os aspectos. Ela é a maior cidade da Bahia depois da capital e cresce com os seus próprios pés”, afirma.
Na prática de jornalista Simas teve a curiosidade de descobrir e escrever matérias sobre a história dos bairros da cidade. Foi conversar com antigos moradores e saber histórias dos mais velhos. Numa dessas andanças ele achou uma boa versão para o surgimento do nome do bairro Tomba, atualmente um dos maiores e mais populosos bairros da cidade e que poucos tem conhecimento de suas memórias.
“Os mais velhos contavam que o trem saía da estação rodoviária indo do fundo da igreja Matriz para Cachoeira. Passava perto do Tomba, aí tinha uma ladeira e o maquinista dizia: ‘Gente, vamos descer porque nessa ladeira a locomotiva tomba’. Assim virou tomba e essa é a versão dos moradores. Eu fui descobrindo a cidade com os próprios moradores”, ressalta.
Um jornalista pela cidade
O descobrir da Feira de Santana por Adilson Simas foi permitido principalmente pela sua aptidão e genialidade jornalística. Ele relembra que no tempo que trabalhava em redações de jornais ia apurar os fatos e escrever matérias caminhando pelas ruas da cidade. Nesse ir e vir Feira ia se revelando e assim apresentando a sua gente e suas histórias.
“Na minha época o repórter saia para fazer uma entrevista, uma matéria ia todo mundo junto caminhando, conversando. Tinha Zadir Marques Porto, Socorro Pitombo que era a única jornalista mulher e íamos juntos do jornal até o centro, até a prefeitura, nisso aí a gente via as notícia e conhecia a cidade”, recorda.
Para Adilson Simas, o amigo jornalista Jânio Rego é uma referência de bom profissional que está em sintonia com a cidade e tudo que nela acontece. Ele brinca e aí acrescenta: “O jornalista pra mim tem que ser doido, tem que ter cara de doido. Veja só Jânio Rego, é um grande jornalista para mim. Ele sai com seu chinelo, sua máquina fotográfica , roda pela cidade e daqui a pouco ele escreve uma notícia retada. O jornalista precisa ter visão jornalística”, observa.
Sobre o futebol, Simas é curto e breve, mas não deixa de registar o seu amor pelo Fluminense de Feira. “ Não me fale em futebol não que me dá uma saudade. Eu nem sei como é que entra mais em um estádio. O Fluminense já foi a cara da cidade”.
Arquivos atuais
O jornalista ressalta ainda que em tempos informações digitais, também tem a preocupação de guardar e arquivar fatos importantes que são veiculados nos sites e no meio virtual. O computador não lhe dar o mesmo prazer de folhear um livro ou jornal, mas ele entende que todo esse processo é pilar para o desenvolvimento, é acompanhado também pela comunicação e então é preciso acompanhar. Assim acontece com Adilson Simas, também em relação a fatos policiais. Ele comenta que é uma área que não lhe desperta muito o interesse, mas sabe que é preciso registar e arquivar fatos de grande repercussão. Ocorre o mesmo com os processos estruturais e políticos que ocorrem na cidade.
Tempo presente
Além de conhecer mais sobre a história de Feira de Santana ‘Por Simas’, a partir de todo o material e arquivos do jornalista Adilson Simas, que está disponível, no site da prefeitura, no seu blog, na sua página do Facebook e em um dedo de prosa com ele, o próprio simplifica e diz que é muito fácil conhecer Feira de Santana. São muitas entradas, muitas saídas e em todo lugar tem uma movimentação, tem uma feira, tem gente que é o DNA da cidade. O passado é sempre o tempo presente, as memórias fazem parte de toda essa configuração humana, histórica, política, social, cultural e econômica e são a consequência do tempo futuro.
Nesses encontros de rodovias, tivemos o prazer de receber aqui o jornalista Adilson Simas, um feirense de vida e de coração que é a história viva que corre nas veias da cidade.
Parabéns Feira de Santana!
Um apaixonado por Feira de Santana e um colecionador de memórias. Esse é o perfil do jornalista Adilson Simas. Um itaberabense que se considera feirense há mais de 60 anos, independente de condecoração. A Feira de Santana ele conhece e guarda com muito cuidado nas páginas dos seus arquivos, jornais e revistas. Com um tom crítico e de humor, ele sabe de histórias de política, cultura, economia e de muitas personalidades. No aniversário de Feira, ele abriu seu baú e seu escritório para o Acorda Cidade e comentou como esta cidade cresce e se desenvolve com seus entrocamentos de pessoas, vidas e rodovias.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Adilson Simas começou no jornalismo muito jovem e passou por diversos veículos de comunicação na cidade. Um dos fundadores do extinto e histórico Jornal Feira Hoje atuou como radialista, assessor político, colunista em vários jornais e atualmente através de seu blog (http://porsimas.blogspot.com.br/) e redes sociais conta em versão digital as páginas antigas da história de Feira de Santana.
Com uma longa experiência e aguçado faro jornalístico, ele prefere não revelar quantos anos tem. “Já passei da idade de dizer a idade. Sou do dia 24 de agosto e do signo de virgem". É uma charada atrás da outra e cada fato contado por ele, se materializa em uma tela imaginária bem na sala da sua casa. Entre o computador, os jornais, arquivos antigos e as dezenas de livros de escritores feirenses que fazem parte da sua mesa e volta e meia são folheados.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
A Feira Antiga, pelas palavras e pela escrita de Adilson Simas, ganha uma forma lúdica, saudosa e desperta em muitos a curiosidade. Um amante do passado ele também não nega o presente e nem o futuro. Destaca a importância de cada tempo para cidade e revela que também arquiva fatos atuais para que fiquem para a posteridade. Um arquivo vivo, ele mergulha na história e em uma viagem pela Princesa do Sertão explica que vive dois dias de uma só vez.‘Dois dias em um dia’
Tal feito de Adilson Simas acontece de forma que ele vive o dia presente, acompanha as notícias e fatos diários e ao mesmo tempo recorda o que ocorreu no mesmo dia de uma data qualquer. Assim o jornalista traz para realidade fatos antigos, notícias importantes e preserva a memória de Feira de Santana. Nas suas redes sociais, blog e em sua coluna no site da prefeitura ele disponibiliza tais informação e assim a história vai sendo arquivada de forma digitalizada e acessível a todos.
Foto: Arquivo de Adilson Simas (Antiga Praça da Kalilândia)
“Eu trabalho o dia todo, inclusive aos domingos e na verdade eu vivo dois dias em um dia. Por exemplo, hoje é 12 de setembro de 2017 e eu estou vivendo este dia e o que se passa neste dia. Ao mesmo tempo, eu estou vivendo o mesmo 12 de setembro de um ano qualquer. Por exemplo, de 1970. Abro um jornal e vou procurar ver o que houve nesse dia. Aí vem as histórias e recordações. Esses fatos eu transcrevo e coloco no meu blog, no facebook e na minha coluna. Tem materiais que foram escritos por mim e também por outras pessoas. Quando não é meu eu peço a pessoa e coloco o crédito”, expectativa.
Na edição de 7 de julho de 1973, ano em que a Feira de Santana comemorou o centenário de emancipação política (o Dia da Cidade é outra coisa), a coluna “Pois é” , no Jornal Feira Hoje, abordou o fim da II Grande Guerra Mundial, em maio de 1945 e as festividades na cidade ao receber a notícia.
A primeira Micareta
184 anos de Feira de Santana
No aniversário da cidade, Simas destaca que há muitos motivos para comemorar. O desenvolvimento, o progresso e as novas gerações. Ele observa que o crescimento acelerado da cidade consequentemente guarda o passado nos arquivos de jornais e faz a sua própria história. O encantamento pela cidade lhe acompanha desde que era menino. Quando ia para o mercado antigo e via o movimento da feira livre e toda aquela movimentação fotografa na memória para depois contar aos outros. Assim ele começou no jornalismo, contanto fatos que vivenciava com riqueza de detalhes e tornou-se uma grande referência de profissional da área.
Irônico, perpicaz, crítico e com um tom de humor ele tem a maestria de em um caldeirão de palavras, fazer grandes porções de textos e trazer para aqueles que pouco conhecem a cidade a sua história e a sua vida. Com dois livros lançados, um sobre as memórias de Feira de Santana e sobre épocas de ouro do Flumimense de Feira, Adilson é um jornalista e escritor insaciável por tudo que acontece e sua boa memória registra tudo sem deixar escapar nenhum detalhe.
Foto: Adquivo de Adilson Simas (Rua Desembargador Filinto Bastos)
“Cheguei à Feira criança e minha família veio por necessidade de sobrevivência. Aqui crescemos e formamos famílias. Sempre tive muita curiosidade e gostei de contar histórias. Quando em era menino e minha mãe me mandava ir para o velho mercado na Praça Bernadino Bahia comprar carne, eu parava e ficava olhando toda aquela movimentação. Via o fato de boi sendo vendido amarrado na corda, o propagandista vendendo o remédio de cobra e aquilo tudo eu gravava na memória e chegava em casa contando. Minha mãe perguntava ‘onde foi que você viu isso, menino?’ E então a minha relação com o jornalismo vem disso aí. Em 1968 eu iniciei no Jornal ‘A Situação’ e além de editor de esportes fazia também a coluna estudantil. Escrevia e contava histórias do passado na escola e depois veio o Feira Hoje e outros trabalhos. Assim eu me apeguei a Feira de Santana e ela passou a ser a menina dos meus cuidados do dia a dia. Eu gosto de Feira de Santana em todos os aspectos. Ela é a maior cidade da Bahia depois da capital e cresce com os seus próprios pés”, afirma.
Na prática de jornalista Simas teve a curiosidade de descobrir e escrever matérias sobre a história dos bairros da cidade. Foi conversar com antigos moradores e saber histórias dos mais velhos. Numa dessas andanças ele achou uma boa versão para o surgimento do nome do bairro Tomba, atualmente um dos maiores e mais populosos bairros da cidade e que poucos tem conhecimento de suas memórias.
“Os mais velhos contavam que o trem saía da estação rodoviária indo do fundo da igreja Matriz para Cachoeira. Passava perto do Tomba, aí tinha uma ladeira e o maquinista dizia: ‘Gente, vamos descer porque nessa ladeira a locomotiva tomba’. Assim virou tomba e essa é a versão dos moradores. Eu fui descobrindo a cidade com os próprios moradores”, ressalta.
Um jornalista pela cidade
O descobrir da Feira de Santana por Adilson Simas foi permitido principalmente pela sua aptidão e genialidade jornalística. Ele relembra que no tempo que trabalhava em redações de jornais ia apurar os fatos e escrever matérias caminhando pelas ruas da cidade. Nesse ir e vir Feira ia se revelando e assim apresentando a sua gente e suas histórias.
Foto: Arquivo de Adilson Simas (Igreja da Matriz)
“Na minha época o repórter saia para fazer uma entrevista, uma matéria ia todo mundo junto caminhando, conversando. Tinha Zadir Marques Porto, Socorro Pitombo que era a única jornalista mulher e íamos juntos do jornal até o centro, até a prefeitura, nisso aí a gente via as notícia e conhecia a cidade”, recorda.
Para Adilson Simas, o amigo jornalista Jânio Rego é uma referência de bom profissional que está em sintonia com a cidade e tudo que nela acontece. Ele brinca e aí acrescenta: “O jornalista pra mim tem que ser doido, tem que ter cara de doido. Veja só Jânio Rego, é um grande jornalista para mim. Ele sai com seu chinelo, sua máquina fotográfica , roda pela cidade e daqui a pouco ele escreve uma notícia retada. O jornalista precisa ter visão jornalística”, observa.
Sobre o futebol, Simas é curto e breve, mas não deixa de registar o seu amor pelo Fluminense de Feira. “ Não me fale em futebol não que me dá uma saudade. Eu nem sei como é que entra mais em um estádio. O Fluminense já foi a cara da cidade”.
Arquivos atuais
O jornalista ressalta ainda que em tempos informações digitais, também tem a preocupação de guardar e arquivar fatos importantes que são veiculados nos sites e no meio virtual. O computador não lhe dar o mesmo prazer de folhear um livro ou jornal, mas ele entende que todo esse processo é pilar para o desenvolvimento, é acompanhado também pela comunicação e então é preciso acompanhar. Assim acontece com Adilson Simas, também em relação a fatos policiais. Ele comenta que é uma área que não lhe desperta muito o interesse, mas sabe que é preciso registar e arquivar fatos de grande repercussão. Ocorre o mesmo com os processos estruturais e políticos que ocorrem na cidade.
Tempo presente
Além de conhecer mais sobre a história de Feira de Santana ‘Por Simas’, a partir de todo o material e arquivos do jornalista Adilson Simas, que está disponível, no site da prefeitura, no seu blog, na sua página do Facebook e em um dedo de prosa com ele, o próprio simplifica e diz que é muito fácil conhecer Feira de Santana. São muitas entradas, muitas saídas e em todo lugar tem uma movimentação, tem uma feira, tem gente que é o DNA da cidade. O passado é sempre o tempo presente, as memórias fazem parte de toda essa configuração humana, histórica, política, social, cultural e econômica e são a consequência do tempo futuro.
Foto: Arquivo de Adilson Simas (Avenida Senhor dos Passos)
Feira de Santana faz 184 anos de vida e mudam-se os formatos dos jornais, das fotografias e letreiros, mas não muda-se a essência da cidade. Princesa sertaneja, das feiras, das estradas, dos encontros e da vida de cada um que por aqui passou, ficou, ou seguiu viagem.Nesses encontros de rodovias, tivemos o prazer de receber aqui o jornalista Adilson Simas, um feirense de vida e de coração que é a história viva que corre nas veias da cidade.
Parabéns Feira de Santana!
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