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quinta-feira, 21 de junho de 2018

Feirenses investem em aulas de forró para fazer bonito no São João



O segredo para aprender a dançar é acima de tudo gostar de música.

No período junino, aumenta em Feira de Santana a procura pelas aulas de dança de salão, especialmente o forró. As escolas de dança ficam lotadas e os alunos muito aplicados, se empenham para aprender todos os passos e fazer bonito no São João.
O professor de dança de salão Eduardo Menezes, de 32 anos contou que nessa época, há um “intensivão” de aulas, além de realização de bailes e aulões de forró. Segun
do ele, muitos alunos chegam à sua escola de dança afirmando que não dançam nada e com muita dedicação, acabam aprendendo não só o forró, como vários outros estilos.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
Eduardo destaca que o segredo para aprender a dançar é acima de tudo gostar de música. Não há idade para aprender a dançar e nas turmas o público é bem mesclado. Envolve jovens, idosos, homens e mulheres.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
“Alguns alunos chegam perguntando como faz para uma pedra dançar e aí eu digo que se a pessoa não aprender a dançar eu posso perder o meu emprego porque eu trabalho com isso. A técnica é fazer com que o próprio aluno se perceba e vá se aprimorando com o tempo. Todo mundo aprende, todo mundo é possível de aprender e cada um no seu momento, claro. Existem as individualidades, mas em termos gerais não é difícil, a gente consegue com as técnicas da dança mesmo, fazer com que a grande maioria aprenda com mais facilidade e consiga avançar , mesmo quem nunca fez dança. As pessoas têm que gostar da música e quanto mais ouvir a música, mais legal vai ficar a dança”, afirmou.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
Eduardo também é professor de educação física e para ele, a formação nessa área ajuda ainda mais no trabalho com a dança. No sentido de entender o perfil de cada aluno, questões de fisiologia, postura e a parte técnica. Ele relatou que começou a vivência com a dança de salão há 13 anos e cada vez mais vem buscando de aprimorar e estudar sobre o assunto.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
“Trabalho com dança de salão até antes de me formar em educação física, desde 2005. Na realidade, não foi bem uma escolha, quando eu comecei a vivência de dança de salão tinha outras pessoas que já conheciam e eu não conhecia, só ouvia falar. Eu gostava de outros estilos como pagode e os ritmos mesmo da dança de salão eu não vivenciava. Conheci a dança de salão em um baile que eu fui. Achei interessante e comecei a praticar. Daí em diante eu não parei mais e de certo modo a gente se encontrou, eu e a dança. Desde que eu comecei a me profissionalizar que eu participo de congressos e eventos, tanto na Bahia, como fora do estado”, comentou.
De acordo com Eduardo, o forró é um ritmo que se integra a dança de salão. Assim como o zouk, samba de gafieira, bachata e bolero. Os alunos que já fazem dança de salão aprimoram os passos de forró no período junino e aqueles que ingressam na dança com o objetivo de aprender o ritmo para o período das festas, acabam se apaixonando e continuando a dançar.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
Ele salientou que o movimento de dança de salão vem crescendo muito na cidade, quebrando barreiras e também preconceitos. Os alunos fazem a dança como hobby, distração, atividade que ajuda a amenizar o estresse, tratar inclusive a depressão. Pessoas tímidas descobrem através da dança um potencial de socialização e até a se conhecem mais. Além disso, o preconceito em relação ao homem que dança, apesar de ainda existir, é uma coisa que vem sendo superada e a dança está para todas as pessoas, todos os sexos e todas as idades.
A dança é uma forma de expressão do corpo, da personalidade e ele declara que a dança é a sua vida.
“A dança é a minha vida e hoje está dentro da minha profissão de educador físico. Eu digo que a dança hoje é 90% da minha profissão. Eu não nego a minha profissão de educador físico porque eu também trabalho com isso. Dou aula de alongamento, treinamento funcional. Mas, a dança é tudo pra mim. É minha vida e eu até brinco que é ela que paga as minhas contas”, frisou.
A aluna Cristiane Vieira de Jesus disse que procurou a dança como forma de tirar o estresse e espairecer. Ela está iniciando no forró e se preparando para dançar muito no São João.
“Comecei a fazer aulas e forró e gosto muito. A dança trouxe muitos benefícios para a minha vida. Me ajudou na perda de peso, me deixa mais leve e traz sensação de bem-estar”, relatou.
O motorista Anderson Porto Santos afirmou que não sabia dançar e inclusive a sua avó fazia uma brincadeira que quando ele ia para as festas só prestava para tirar cal da parede.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
“Nas festas eu ficava encostado e parado feito poste. Daí eu comecei a participar de uns bailezinhos e gostava de usar um visual diferente. Muitas pessoas achavam que eu dançava e vinham dançar comigo. Perguntavam se eu sabia dançar e falavam que eu levava jeito. Isso foi um incentivo e acabei tendo contato com a dança. Eu pretendo continuar pelo resto da vida fazendo dança de salão. Minha família sempre foi envolvida com musicalidade e ritmos como samba e choro. Eu nasci praticamente tendo um pouco desse contato. Eu acredito que essas identidades acabaram marcando minha vida, fui me descobrindo e acabei entrando na dança de salão. Por isso recebo o nome de "boêmio" por me vestir também a caráter do estilo da boemia, eu me identifico muito”, observou.
Anderson também comemora sobre os benefícios da dança em sua vida. Além de conhecer muitas pessoas, fazer amizades, já emagreceu cinco quilos. Para ele, o forró é uma boa pedida para quem quer ingressar na dança de salão e já dá para aprender o básico e não fazer feio no São João.
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
“O samba é a minha modalidade preferida e contagia, principalmente o samba de gafieira que é um estilo muito lindo, muito bonito e eu pretendo adquirir um pouco mais da técnica, aprimorá-la. O forró é um ritmo que é fácil de dançar e um bom começo para quem quer fazer a dança de salão. Todo mundo consegue dar os passos, dois pra lá dois pra cá que são o básico. Através do domínio desse básico é possível incluir mais elementos, ou seja, figuras de dança de salão”, acrescentou.
Anderson comentou que está preparando para dançar muito forró no São João e convidou as pessoas que têm vontade de dançar e ainda não deram o primeiro passo para se encorajarem.
“Falo para as pessoas que venham fazer a dança. De um ponto de vista geral, todos dançam. Pensam que não sabem dançar e quando tem o contato com a dança descobrem a real paixão pela dança de salão. Porque é tipo uma segunda pele, uma tatuagem”, salientou.
Mais sobre o forró
O termo surgiu no final do século XIX, quando as estradas de ferro eram construídas pelos ingleses. Era comum os ingleses realizarem festas que eram abertas para a população que eram denominadas “For All” ( quer dizer, para todos).
Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade
O nome forró surgiu então das variações de como a expressão da festa era pronunciada. A outra versão para o nome forró tem relação com a Segunda Guerra Mundial, quando os soldados norte-americanos também realizavam festas com a expressão “for all”.
A história do forró vem no sentido de uma festa aberta, com muita diversão, que há muita dança e mistura de ritmos. No Nordeste do Brasil, o estilo ganhou popularidade e mesclou ritmos como xaxado, côco, baião, xote, entre outros.
Com todas as variações, o forró ao longo do tempo passou por transformações e hoje pode ser basicamente em três estilos: forró pé de serra, forró eletrônico e forró universitário.
Para dançar forró, o primeiro passo é querer movimentar o corpo. Encontrar uma dupla e assim começar com dois pra lá e dois pra cá, ou quem sabe deixar a imaginação levar e inovar pela liberdade da dança.

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