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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Prefeito de Feira de Santana diz que se aglomerações continuarem pode retomar medidas restritivas

Prefeito de Feira de Santana diz que se aglomerações continuarem pode retomar medidas restritivas

 Segundo o prefeito, apesar das oscilações de queda no número de casos, a doença tem mantido a sua transmissibilidade.


“Flertando com o perigo”. A referência ao título do livro da escritora norte-americana Suzanne Enoch foi feita pelo prefeito Colbert Martins Filho durante entrevista coletiva na manhã de terça-feira (1) em alusão ao comportamento dos

moradores de Feira de Santana neste momento de pandemia. Ele destacou que as pessoas estão se se arriscando em aglomerações e se descuidando quanto ao uso das máscaras em público.

Essa conduta da população pode provocar o aumento do número de casos, e consequentemente o retorno de medidas mais rígidas. Além disso, o índice de isolamento social, de acordo com o Sistema de Monitoramento, está cada vez mais longe do percentual considerado ideal que é de 70%.

A declaração do prefeito foi feita na terça-feira, um dia antes do governo do estado publicar um decreto permitindo eventos com até 100 pessoas. Antes o limite máximo permitido era 50. “Parece que há um certo relaxamento, parece que estão entendendo erroneamente que a doença passou. As pessoas estão na realidade flertando com o perigo, e de uma forma muito grave, porque a doença tem mantido a sua transmissibilidade. Apesar das oscilações de queda que acontece efetivamente em Feira de Santana, o Estado da Bahia e o Norte e Nordeste do Brasil apresentaram uma certa estabilidade grave, e não caíram nos níveis de riscos neste momento tanto da Bahia, quanto em Feira de Santana. O nível de gravidade das pessoas internadas tem aumentado também. As pessoas estão reduzindo o uso obrigatório de máscaras, que é uma barreira física para que o vírus não possa ser transmitido de uma pessoa para outra, nós estamos vendo até crianças andando nas ruas com suas mães com máscaras no queixo. O vírus não entra pelo queixo, mas pelas narinas, pelos olhos, pelos mecanismos que ele possa ter acessos ao pulmão que é o nível onde ele se aloja com maior risco”, afirmou.

A declaração do prefeito foi feita na terça-feira, um dia antes do governo do estado publicar um decreto permitindo eventos com até 100 pessoas. Antes o limite máximo permitido era 50.

Colbert informou que, se for necessário, adotará medidas restritivas rígidas do início da pandemia e que está aumentando a fiscalização.

“É preciso haver uma responsabilização muito grande por parte dos homens e das mulheres e das famílias neste momento. A ação é individual e necessária nesse momento (...). Estamos vendo aglomerações e aumentando a nossa fiscalização. Iremos fiscalizar inclusive com fechamento de bares, que estão desrespeitando o decreto, e algumas áreas comerciais principalmente nos bairros de nossa cidade. É importante que a gente preserve a vida”, declarou.

O diretor médico do Hospital de Campanha, Francisco Mota, alertou que apesar da queda no número de casos, há um aumento do número de pessoas com casos graves, e isso é muito preocupante porque pode elevar a taxa de óbitos.

“Como Prefeito mencionou bem, não é o momento de relaxar. Os estabelecimentos estão abrindo como é o desejo da cidade para que a economia funcione, mas não é desejo de ninguém dar o passo para trás. E para que esse passo não seja dado temos sim que nos precaver. O uso de máscara é essencial, a lavagem das mãos, uso de álcool em gel e isso tudo é muito importante. Nós observamos de fato oscilação no Hospital de Campanha e uma oscilação que nos acendeu a luz amarela de casos mais graves chegamos a passar mais ou menos duas semanas com 7 a 10 casos na UTI e na semana passada e isso aumentou. Chegamos a ter 14 pacientes internados, o que é quase 80% da ocupação dos leitos da UTI do Hospital de campanha. Hoje nós estamos com o número menor, temos seis pacientes na UTI, o que significa 33%, mas não podemos relaxar. As medidas de contenção do vírus devem ser tomadas, a população não pode se descuidar”, destacou o diretor médico citando também as aglomerações em bares, restaurantes e a falta de cuidado em academias.

“Temos muitas denúncias, principalmente como o prefeito ressaltou, contra bares e restaurantes que não obedecendo ao distanciamento social, com ocupação maior do que os 40% que foi determinado e isso aumenta muito a circulação do vírus. Naturalmente ninguém vai estar de máscara em um bar e restaurante porque estará bebendo ou comendo, mas é essencial que as mesas estejam distanciadas e a lotação de fato seja respeitada. Toda essa falta de cuidado só fará com que tenhamos novamente a elevação de casos e, principalmente, daqueles casos graves. São justamente aqueles que vão para a UTI e que eventualmente podem se complicar e elevar a nossa taxa de óbitos. Não está tranquilo, estamos com a luz amarela acesa, o nosso desejo é ir para a luz verde e ficarmos de fato mais tranquilos, mas ainda não é hora de ninguém relaxar”, concluiu.

Feira de Santana entra no sexto mês de enfrentamento a covid-19 no próximo dia 6 de setembro, com mais de nove mil casos e, apesar da tendência de queda da curva do número de casos, a pandemia está longe de acabar. Segundo a médica infectologista Melissa Falcão, coordenadora de Comitê Municipal de Combate ao Coronavírus,

“Ainda está longe de chegar nesse momento de relaxar e de esquecer toda essa luta. A gente não pode parar de lutar porque quando chegarmos próximo ao pódio, não podemos ter que voltar para trás ou ter que vivenciar tudo isso que a gente já viveu. Para que a gente continue nessa curva de vitória, nessa curva positiva, a gente não pode relaxar nesse momento primordial. Tivemos na última semana 409 casos, depois do nosso pico em 3 de julho com 1.068 casos em uma semana, baixamos na semana seguinte para 428 casos. Na semana do dia 14 foram 455 casos, no dia 21 de agosto foram 386 e nessa última semana que a gente fechou na sexta-feira tivemos 409 casos. Isso mostra uma tendência mais ou menos das últimas três semanas de estabilização dessa curva. Temos uma redução nessa queda, não estamos ascendentes, mas também não estamos como a redução dos decréscimos. Isso liga o alerta de que precisamos ficar mais atentos e nesse momento a ação individual faz o coletivo. Se cada um fizer sua parte a gente consegue andar sem precisar retroceder tanto”, afirmou a infectologista.

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