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sábado, 29 de setembro de 2018

“Se eleito, Bolsonaro sofreria impeachment em menos de 9 meses” Diz Cientista político


O deputado federal Jair Bolsonaro  (Foto: Nilson Bastian/Agência Câmara)

Para cientista político, eleições de 2018 não representam “o início de um novo ciclo”, mas sim “o último capítulo do ciclo atual”

  As eleições brasileiras de 2018 resultarão em uma renovação muito menor do que o cenário político pode fazer imaginar. Essa é a opinião compartilhada pelos cientistas políticos Ricardo Sennes e Bolívar Lamounier. Eles participaram nesta terça-feira (05/06) de um painel sobre o futuro eleitoral durante o Congresso da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital.

Para Sennes, diretor da Prospectiva Consultoria, Jair Bolsonaro tende a despencar nas intenções de voto quando a campanha de fato começar. “Bolsonaro já está acima do teto dele, e acho pouco provável que vá ao segundo turno. Ele é alguém cujos principais cabos eleitorais são os filhos. Ima
ginar que ele terá condição de fazer uma campanha nacional, em todos os estados, muito difícil. E, se eleito, ele sofreria o impeachment em menos de nove meses, porque tem propostas descabidas”, afirmou, na conversa mediada pelo jornalista Augusto Nunes.

Para o analista, essas eleições não representam “o início de um novo ciclo”, mas sim “o último capítulo do ciclo atual”. Segundo ele, mais até do que o pleito presidencial, as eleições legislativas indicam um perfil que, longe de renovador, tende a ser mais próximo de retrógrado. “Deverá ser o menor percentual de renovação desde os anos 1980. Por um conjunto de razões: muitos deputados não querem alçar voos mais altos num momento conturbado, preferindo garantir seu lugar já existente. Além do quê, estar no Congresso é melhor do que estar preso, ainda que o foro privilegiado tenda a ser reduzido”, lembrou, citando o “pânico generalizado” que a Lava Jato gerou no meio partidário brasileiro.

Para Bolívar Lamounier, diretor-presidente da Augurium Consultoria, basta analisar o histórico político de Bolsonaro para deixar de acreditar que ele poderia implementar um programa reformador que beneficiasse a economia. “Bolsonaro no Congresso, como diria Nelson Rodrigues foi de um ‘silencio de estourar os tímpanos’, não propôs nada. E, enquanto ele tem um coordenador econômico, o Paulo Guedes, que é ultraliberal, ele diz que vai militarizar o ensino. Se ele se elege, não iria se entender com o ministro da Fazenda”, diz.
Comentando sobre outros candidatos não tradicionais, como João Amoêdo e Flávio Rocha, o cientista político afirmou ser impensável tivessem condições de governar sem base partidária. “Eles não têm experiência política, não sabem lidar com o Congresso, não haveria como governar”, diz. Também foi citado o caso de João Doria, que desapontou nas citações espontâneas de intenção de voto no ano passado.
Ricardo Sennes descartou que o resultado das pesquisas eleitorais mais recentes represente uma real previsão do que acontecerá em outubro. “As eleições a rigor não começaram. O processo eleitoral começa sempre com um leque muito amplo e vai, com o tempo, afunilando. Então é preciso olhar com cuidado as pesquisas, porque candidatos como o Bolsonaro já estão fazendo campanha há muito tempo. Mas seu gabinete é voltado apenas a mídia social, e quando começar campanha, não deve se sustentar”, aponta.

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